O projeto PRADE surge com o objetivo principal de promover a proteção e reabilitação de solos e do ecossistema onde estes se inserem, localizados em área altamente susceptível à desertificação (Nordeste Algarvio), um dos territórios do país com terrenos mais áridos e sujeito a eventos climáticos extremos, tais como temperaturas muito elevadas e períodos longos de seca severa.

O projeto tem ainda como objetivo a potenciação da multifuncionalidade do espaço a intervir, enquanto elemento natural, como seja pela preservação do solo e da água, pela componente paisagística e pela contribuição para o aumento da resiliência da floresta à passagem de futuros incêndios florestais.

Trata-se de um projeto piloto/modelo de reflorestação e de revitalização, de uma das zonas mais desertificadas do Nordeste Algarvio e bastante fustigada pelo grande «Incêndio de Castro Marim-Pernadeira».

Não se pretende efetuar uma operação de reflorestação com espécies de rápido crescimento, mas sim com espécies autóctones de crescimento lento, resilientes e tolerantes a ambientes xéricos, como é o caso da alfarrobeira (Ceratonia Siliqua), o medronheiro (Arbutus unedo), o sobreiro (Quercus suber) e a azinheira (Quercus ilex).

Paralelemente à actividade de reflorestação pretende-se recupererar/revitalizar alguma floresta de produção de pinheiro-manso existente na área de intervenção, sobrevivente ao incêndio, bem como algumas árvores isoladas ou em pequenos grupos, como a azinheira, o sobreiro, o zambujeiro e também algumas espécies que integram o antigo e tradicional pomar de sequeiro Algarvio, tais como a amendoeira, a alfarrobeira, a figueira e a oliveira.

Este projeto irá assim permitir a reflorestação e revitalização de uma pequena parte da área ardida, contribuindo para o combate à desertificação, através da implementação de povoamentos com estruturas ecológicas mais adaptadas, com maior capacidade de fixação de carbono e nutrientes, de proteção do solo e o aumento do conteúdo em matéria orgânica, alicerçadas em conhecimentos científicos e tecnológicos, a desenvolver pela Universidade do Algarve, geradoras de melhorias da qualidade do solo e na biodiversidade local.